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Hematomas: O Que a Equipe de Enfermagem Precisa Saber?

Os hematomas são uma ocorrência comum na prática de enfermagem, especialmente em áreas como pronto-socorro, terapia intensiva e atendimento a pacientes pós-operatório. No entanto, mesmo sendo relativamente frequentes, é crucial que a equipe de enfermagem saiba identificar, tratar e educar os pacientes sobre o manejo adequado dessas lesões. Neste artigo, vamos abordar o que é um hematoma, os tipos mais comuns, fatores de risco, como avaliá-los e as principais intervenções de enfermagem.

 

O que é um Hematoma?

 

Um hematoma é a acumulação de sangue fora dos vasos sanguíneos, geralmente causado por trauma ou ruptura de pequenos vasos. Pode ocorrer em várias regiões do corpo e, dependendo da localização e da gravidade, pode ser uma condição simples ou indicar problemas mais graves.

 

Os hematomas podem ser causados por:

  • Traumas, como pancadas ou quedas;

  • Cirurgias ou procedimentos invasivos;

  • Uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários;

  • Doenças que afetam a coagulação do sangue, como hemofilia.

 

Tipos Comuns de Hematomas

 

  1. Hematoma Subcutâneo: O tipo mais comum e superficial, ocorre logo abaixo da pele, sendo caracterizado por um inchaço visível, alteração de cor (geralmente roxo ou azul) e dor na área afetada.

  2. Hematoma Intramuscular: Este hematoma envolve o músculo e pode causar dor intensa e limitação de movimento na área afetada. É comum em pacientes submetidos a procedimentos invasivos, como punções.

  3. Hematoma Periosteal: Surge após uma lesão óssea, como uma fratura, e está associado a dor severa.

  4. Hematoma Intracraniano: Um hematoma intracraniano é uma emergência médica que ocorre após um trauma cerebral, podendo comprimir estruturas cerebrais. Requer intervenção imediata.

 

Fatores de Risco para Hematomas

 

Alguns pacientes são mais suscetíveis ao desenvolvimento de hematomas devido a:

  • Uso de medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes (como varfarina, heparina e aspirina);

  • Idade avançada, pois a pele se torna mais fina e vasos mais frágeis;

  • Doenças hepáticas, que podem alterar a coagulação sanguínea;

  • Transtornos hemorrágicos congênitos (como hemofilia);

  • Procedimentos médicos invasivos, como cateterismo ou cirurgia.

 

Avaliação do Hematoma

 

A avaliação da enfermagem é essencial para identificar a gravidade do hematoma e decidir as melhores intervenções. Alguns aspectos a serem considerados:


  • Localização: Hematomas em locais como o crânio ou dentro dos músculos requerem atenção especial.

  • Tamanho: Hematomas grandes ou em crescimento rápido podem indicar hemorragia contínua.

  • Sintomas: Dor, sensação de pressão, limitação de movimento e alterações na coloração da pele são indicadores a serem observados.

  • Sinais Sistêmicos: Queda de pressão arterial, taquicardia ou palidez podem sugerir sangramento grave.

 

Intervenções de Enfermagem


  1. Monitoramento: Em pacientes com risco de sangramento, como aqueles em anticoagulação, é essencial monitorar com frequência os locais de possíveis hematomas e verificar sinais vitais que possam indicar hemorragia oculta.

  2. Compressão e Elevação: Aplicar compressão e elevar a área afetada pode ajudar a reduzir o sangramento e o inchaço, especialmente em hematomas subcutâneos ou intramusculares.

  3. Aplicação de Gelo: Nas primeiras 24-48 horas, a aplicação de gelo pode ser eficaz para controlar o sangramento e reduzir o inchaço.

  4. Avaliação da Dor: O controle da dor é uma parte importante do manejo do hematoma. Analgésicos não anticoagulantes são preferíveis para evitar agravar o sangramento.

  5. Orientação ao Paciente: Educar o paciente sobre os sinais e sintomas de agravamento (como crescimento do hematoma, aumento da dor ou aparecimento de novos sintomas sistêmicos) é fundamental. Além disso, explicar a importância de evitar traumas e seguir corretamente a administração de anticoagulantes é vital para prevenir novos hematomas.

  6. Documentação: É importante que a equipe de enfermagem documente detalhadamente a evolução do hematoma, incluindo tamanho, coloração, dor associada e intervenções realizadas. Isso assegura a continuidade do cuidado e permite que outros profissionais façam o acompanhamento adequado.

 

Quando Preocupar-se

 

Embora muitos hematomas sejam inofensivos e desapareçam com o tempo, alguns podem sinalizar problemas mais graves. Hematomas intracranianos, retroperitoneais ou aqueles que surgem em pacientes anticoagulados podem ser fatais se não forem tratados a tempo. A enfermagem deve estar atenta aos sinais de complicações, como:

  • Aumento rápido de tamanho;

  • Sinais neurológicos, como confusão ou perda de consciência (no caso de hematomas intracranianos);

  • Queda abrupta de pressão arterial ou sinais de choque hipovolêmico.

 

Conclusão

 

A habilidade de avaliar e manejar hematomas é uma parte essencial do trabalho da enfermagem, especialmente em áreas críticas como a terapia intensiva e o pronto-socorro. Além do manejo clínico, a educação do paciente e a avaliação contínua são fundamentais para garantir um cuidado seguro e eficaz. Com o conhecimento adequado, os enfermeiros, os técnicos e os auxiliares de enfermagem podem minimizar as complicações associadas aos hematomas e garantir uma recuperação mais rápida e segura para seus pacientes.

 

Referências:

  • Manual de Cuidados de Enfermagem: Hematomas e Intervenções.

  • Sociedade Brasileira de Hematologia: Diretrizes de Tratamento para Pacientes Anticoagulados.

 

 

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