Cateter Totalmente Implantado (Port-a-Cath): O Papel Essencial do Enfermeiro na Assistência Segura
- praticenfgp
- 27 de mai.
- 3 min de leitura
O cateter totalmente implantado, conhecido como Port-a-Cath, é um dispositivo utilizado para o acesso venoso de longo prazo, comum em pacientes submetidos a quimioterapia, tratamentos prolongados com medicamentos intravenosos ou nutrição parenteral. A assistência segura e eficaz a esses pacientes depende do conhecimento e habilidades do enfermeiro, que desempenha um papel fundamental na manutenção, manipulação e prevenção de complicações.
1. O Que é o Cateter Totalmente Implantado (Port-a-Cath)?
O Port-a-Cath é um dispositivo que consiste em um reservatório de titânio ou polímero com uma membrana de silicone auto-selante, conectado a um cateter que é inserido em uma veia central (geralmente a veia subclávia ou jugular). O reservatório é implantado cirurgicamente sob a pele, geralmente na região torácica, permitindo um acesso venoso repetido com maior conforto para o paciente.
2. Indicações do Port-a-Cath
O cateter totalmente implantado é indicado para pacientes que necessitam de acesso venoso frequente ou prolongado.
Principais Indicações:
Quimioterapia para câncer.
Antibioticoterapia prolongada.
Nutrição parenteral total (NPT).
Transfusão de hemocomponentes frequentes.
Coleta de sangue repetitiva para exames laboratoriais.
Administração de medicamentos vesicantes ou irritantes.
3. Vantagens do Port-a-Cath
Conforto para o paciente: Reduz o número de punções venosas periféricas.
Menor risco de infecção: Comparado a cateteres externos de longa duração.
Durabilidade: Pode permanecer no organismo por anos se bem mantido.
Estética e prática: O dispositivo é discreto e não interfere na mobilidade.
4. Papel do Enfermeiro na Assistência ao Paciente com Port-a-Cath
O enfermeiro é o profissional chave na manutenção, punção e monitoramento do Port-a-Cath, garantindo que o dispositivo funcione adequadamente e prevenindo complicações.
a) Punção do Port-a-Cath
Preparo do Material: Agulha de Huber (agulha específica que não danifica a membrana), soro fisiológico 0,9%, heparina (quando indicado), campo estéril e luvas estéreis.
Técnica Asséptica: Realizar a antissepsia rigorosa da pele com clorexidina alcoólica.
Identificação do Reservatório: Palpar para localizar o centro do dispositivo antes da punção.
Punção Segura: Introduzir a agulha perpendicularmente até atingir o fundo do reservatório.
Teste de Refluxo: Aspirar para confirmar o refluxo sanguíneo, garantindo que o cateter está posicionado corretamente.
b) Manutenção e Cuidados com o Port-a-Cath
Manutenção com Heparinização: O cateter deve ser lavado com solução salina e heparinizada (quando indicado) após cada uso para prevenir obstrução.
Troca de Curativos: Realizar curativos estéreis na área da punção a cada 7 dias ou conforme orientação do protocolo institucional.
Monitoramento de Sinais de Complicações: Verificar sinais de infecção, como vermelhidão, calor, dor ou secreção no local do implante.
c) Educação do Paciente e da Família
Cuidados Domésticos: Orientar sobre sinais de alerta, como febre ou alterações no local do cateter.
Atividades Diárias: Explicar que o dispositivo não impede a maioria das atividades cotidianas, mas que deve-se evitar traumas locais.
Importância do Acompanhamento: Reforçar a necessidade de consultas regulares para avaliação do cateter.
5. Possíveis Complicações Associadas ao Port-a-Cath
a) Infecções Relacionadas ao Cateter
Sinais: Febre, calafrios, vermelhidão, edema e dor no local do implante.
Prevenção: Técnica asséptica rigorosa durante a manipulação e manutenção.
b) Obstrução do Cateter
Causa: Acúmulo de fibrina ou falha na heparinização.
Prevenção: Lavagem adequada após cada uso e monitoramento da permeabilidade.
c) Complicações Mecânicas
Fratura do Cateter: Pode ocorrer devido ao uso inadequado ou desgaste do dispositivo.
Deslocamento do Cateter: Pode ser identificado por dificuldade na infusão ou falta de refluxo sanguíneo.
6. Benefícios do Manejo Adequado do Port-a-Cath pelo Enfermeiro
Redução do risco de complicações infecciosas e mecânicas.
Maior conforto e segurança para o paciente durante tratamentos prolongados.
Facilidade de acesso venoso em pacientes com veias periféricas difíceis.
Promoção da autonomia do paciente ao orientar sobre o cuidado domiciliar.
7. Conclusão
O Port-a-Cath é uma solução eficaz para pacientes que necessitam de acesso venoso de longa duração, proporcionando conforto e segurança durante tratamentos como quimioterapia ou nutrição parenteral. O enfermeiro desempenha um papel vital na manutenção e monitoramento do dispositivo, garantindo que ele funcione corretamente e prevenindo complicações.
A atuação do enfermeiro, aliada ao conhecimento técnico e à educação do paciente, é fundamental para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida do paciente.
Gostou do conteúdo? Compartilhe com colegas de enfermagem e ajude a disseminar conhecimento sobre o manejo seguro do Port-a-Cath! 👩⚕️👨⚕️
Siga a gente no IG @praticaenfermagem para saber mais.
Conheça nossos cursos: https://www.praticaenfermagem.com/
Conheça nossa pós-graduação: https://praticaensino.com.br/
Comments