Biossegurança para a Equipe de Enfermagem: Pilares Essenciais para o Cuidado Seguro
- praticenfgp
- 24 de nov.
- 4 min de leitura
O ambiente hospitalar é caracterizado pela sua complexidade e pela exposição contínua a materiais biológicos. Nesse cenário, a Biossegurança assume um papel fundamental como uma estratégia de proteção coletiva e individual, promovendo práticas que minimizam os riscos e garantem a qualidade do cuidado. A biossegurança é um processo progressivo que deve ser sempre atualizado e supervisionado.
A enfermagem, em particular, realiza os cuidados diários do paciente por um período mais extenso, o que intensifica a preocupação com a proteção desses profissionais.
O Pilar Mestre: Higienização das Mãos (HM)
A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como a medida mais eficaz para prevenir a disseminação de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). A HM deve ser realizada com água e sabão ou com preparação alcoólica (70%), sendo esta última o método preferencial para a antissepsia rotineira quando disponível.
Os 5 Momentos para a Higienização das Mãos
Para garantir que a HM seja feita nos momentos cruciais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sintetizou as indicações em cinco momentos:
Antes de tocar o paciente.
Antes de realizar procedimento limpo/asséptico.
Após risco de exposição a fluidos corporais.
Após tocar o paciente.
Após tocar superfícies próximas ao paciente.
O Uso Estratégico dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
O uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é uma das principais barreiras contra a exposição a agentes biológicos perigosos. É obrigação da instituição fornecer gratuitamente EPIs em perfeito estado e com o Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego.
As Luvas: Proteção Essencial, Mas Não Total
O uso de luvas (cirúrgicas ou de procedimento) tem o duplo objetivo de garantir a segurança do profissional de saúde e do paciente.
As luvas devem ser usadas somente quando indicado:
Para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais.
Em contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes.
Para reduzir a possibilidade de os microrganismos das mãos do profissional contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas).
Atenção ao Uso Incorreto:
A luva não substitui a higienização das mãos. As mãos devem ser higienizadas normalmente antes de qualquer procedimento, mesmo que vá usar luvas.
O uso inadequado ou indiscriminado pode levar à transmissão de patógenos e contaminação cruzada. Microrganismos podem ser transmitidos para superfícies tocadas fora da área de cuidado, como prontuários ou telefones.
A técnica correta de remoção das luvas deve ser rigorosamente observada para evitar a contaminação das mãos do profissional.
Outros EPIs Fundamentais
Avental ou Jaleco: Vestimenta essencial que protege a pele e a roupa. Deve ser longo (abaixo dos joelhos), com mangas ajustadas. É crucial usá-lo sempre fechado, com as mangas presas sob as luvas. Não é permitido usar o jaleco em áreas públicas (elevadores, copas ou refeitórios), devendo ser deixado no ambiente técnico.
Óculos de Proteção ou Protetor Facial: Devem ser utilizados quando houver risco de exposição a respingos de sangue, secreções ou aerossóis. Óculos de grau comuns não são suficientes.
Máscaras: A máscara cirúrgica e o óculos de proteção ou escudo facial protegem as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas). Para procedimentos que geram aerossóis (como intubações ou aspirações), deve-se usar a máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima de filtração de 95% (tipo N95/PFF2 ou equivalente).
Práticas de Higiene Pessoal e a Proibição de Adornos
A higiene pessoal é um pilar central da biossegurança. Para garantir a eficácia da higienização das mãos e prevenir a contaminação cruzada, o uso de adornos é estritamente proibido em ambientes hospitalares de risco biológico.
Adornos: Anéis, pulseiras e relógios são proibidos, pois podem acumular microrganismos e dificultar a higienização.
Unhas: Devem ser mantidas curtas e naturais; unhas postiças ou longas são vedadas em áreas assistenciais.
Treinamento, Riscos e Protocolos
A biossegurança exige a aplicação de princípios e práticas que visam minimizar o risco de exposição a agentes biológicos, requerendo uma cultura de segurança.
Gestão de Riscos: O ambiente hospitalar apresenta diversos riscos, incluindo o risco de acidente (quedas, choques, cortes com perfurocortantes) e riscos biológicos (exposição a vírus como HBV, HCV e HIV por fluidos corporais).
Capacitação Contínua: A educação e o treinamento contínuo são cruciais. Os profissionais de saúde devem ser capacitados regularmente para identificar e minimizar os riscos. O empregador tem o dever de proporcionar capacitação aos trabalhadores, antes de iniciar o trabalho e de forma contínua.
Quimioterápicos (Agentes Citotóxicos): Medicamentos antineoplásicos são considerados potencialmente perigosos. O profissional envolvido na administração deve receber treinamento e usar EPIs específicos, como máscara N95, avental descartável de manga longa impermeável e luvas de procedimento. Em caso de derramamento acidental, deve-se seguir o fluxograma institucional e usar o kit de derramamento.
A adesão às práticas de biossegurança, como a higiene das mãos e o uso correto de EPIs, é a garantia de um cuidado seguro para os pacientes e para o próprio profissional.
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