Atualização SBC: O Que Mudou no Protocolo de Dor Torácica?
- praticenfgp
- 2 de out.
- 2 min de leitura
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) acaba de lançar atualizações importantes nas diretrizes para síndrome coronariana aguda (SCA), e muita gente ainda não percebeu as mudanças práticas que isso traz para o atendimento emergencial. Se você atua na linha de frente ou quer se manter atualizado, este conteúdo é para você.
ECG em 10 minutos: o que já sabíamos
Já era bem estabelecido: todo paciente com dor torácica deve realizar um ECG de 12 derivações em até 10 minutos após o atendimento na emergência. Essa medida continua vigente e é considerada um pilar do diagnóstico rápido de infarto agudo do miocárdio (IAM).
Mas... e se o ECG não mostrar alterações típicas como supra ou infra de ST?
A grande novidade: POCUS no protocolo de dor torácica
Agora, a SBC recomenda o uso do POCUS (Point of Care Ultrasound) — o ultrassom beira-leito — como instrumento complementar para avaliação de pacientes com dor torácica, principalmente naqueles sem alterações eletrocardiográficas, mas que apresentam sinais de instabilidade clínica.
Quando usar o POCUS?
O novo fluxo recomenda:
Dor torácica com ECG sem alterações típicas (sem supra ou infra)
Presença de instabilidade (hipotensão, hipertensão, dessaturação, rebaixamento de consciência, alteração glicêmica, etc.)
Nesses casos, a realização de POCUS deve acontecer dentro dos primeiros 10 minutos
O objetivo? Aumentar a sensibilidade diagnóstica, acelerar condutas e evitar erros no diagnóstico diferencial como dissecção de aorta, tamponamento cardíaco ou embolia pulmonar.
E se o paciente estiver estável?
Se o paciente não apresentar instabilidade, o protocolo orienta uma sequência baseada em:
Avaliação clínica detalhada
Dosagens seriadas de troponina (até 3 coletas)
Repetição do ECG
Aplicação de escores de risco, como o HEART Score ou o GRACE
O paciente só deve ser liberado para casa após investigação completa, especialmente se apresentar score de baixo risco (HEART < 4) e sem antecedentes coronarianos.
Por que isso importa?
O POCUS ganha cada vez mais destaque como ferramenta essencial na emergência. Com as novas diretrizes, ele deixa de ser apenas um diferencial e passa a ser recomendação de conduta em casos selecionados. Isso exige preparo técnico e capacitação.
Você sabe realizar POCUS? Essa habilidade já está se tornando indispensável.
O que mais mudou?
Além da inclusão do POCUS, a SBC também trouxe novas recomendações sobre medicamentos, especialmente para manejo de hipertensão, dor e anticoagulação nas síndromes coronarianas. Em breve, traremos um artigo dedicado apenas às mudanças farmacológicas.
Conclusão
A atualização da SBC representa um passo importante na individualização do atendimento à dor torácica, integrando ferramentas clínicas, laboratoriais e tecnológicas.
Se você ainda não domina o uso do POCUS, essa é a hora de buscar capacitação. Ele já faz parte do protocolo, e pode ser decisivo no seu atendimento.
Dica final:
Nos dias 7, 8 e 9 de outubro, vamos abordar os novos medicamentos da SBC em uma série especial.
Fique atento às notificações e se prepare para evoluir com a prática baseada em evidências.
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Prof. Éder Marques
Prática Enfermagem
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