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Queimaduras não se classificam mais em graus? Entenda a mudança que existe desde 2009

Você provavelmente aprendeu na faculdade — ou até mesmo no dia a dia do plantão — que as queimaduras se classificam em graus: primeiro, segundo, terceiro e até quarto grau.

Mas e se eu te dissesse que essa classificação está ultrapassada desde 2009?


Pois é. Essa atualização já tem mais de uma década e foi proposta pela American Burn Association (ABA), uma das principais referências internacionais no estudo e tratamento de queimaduras. Ainda assim, muita gente continua usando a nomenclatura antiga — e o pior: se surpreende quando vê a terminologia atual em algum post, artigo ou protocolo.


O que mudou na classificação?


Desde 2009, a ABA recomenda que as queimaduras deixem de ser classificadas por graus (1º ao 4º grau) e passem a ser descritas por profundidade e necessidade de intervenção. Veja como ficou a nova nomenclatura:


·       Espessura superficial

·       Espessura parcial superficial

·       Espessura parcial profunda

·       Espessura total

·       (E em alguns casos, a extensão de lesão pode incluir estruturas mais profundas, como músculos e ossos — o que seria comparável ao antigo “quarto grau”)


Ou seja, saem os números, entram critérios técnicos e funcionais, que ajudam inclusive a orientar a conduta terapêutica.


Mas por que tanta gente ainda usa os graus?


Simples: porque muita gente não se atualizou.


Essa não é uma crítica — é um alerta. Afinal, se você se formou depois de 2009 e ainda assim aprendeu em graus, pode ser que os seus professores (ou materiais) também estivessem desatualizados. O mesmo vale para muitos profissionais experientes, que mantêm a prática antiga por hábito, e até para instituições que nunca revisaram seus protocolos.


Mas atenção: não se trata de certo ou errado. Ainda é comum ver a classificação por graus sendo usada, inclusive em provas e concursos. Mas é fundamental saber que existe uma forma mais atual e tecnicamente precisa.


Quem usa essa nova nomenclatura?


Não é só a ABA. Veja alguns exemplos:


·       Elias Knobel, referência em terapia intensiva no Brasil, já utilizava a nomenclatura por espessura na 4ª edição de seu livro, em 2016.

·       A Sociedade Brasileira de Queimaduras, no Manual de Queimaduras para Estudantes (2021), também apresenta a nova classificação.

·       Protocolos internacionais de emergência e trauma adotam amplamente essa abordagem.

Ou seja: não é modinha. É ciência. E está disponível para quem busca atualização.


E se alguém criticar essa mudança?


Quando falamos em mudanças na saúde, principalmente nas redes sociais, é comum vermos resistência — e até críticas infundadas. Alguns argumentam que “é coisa de americano”, ignorando que usamos guidelines americanos para RCP, sepse, ventilação, diabetes e praticamente todas as áreas da assistência.


Atualizações fazem parte da evolução da profissão. Ignorá-las ou rejeitá-las por apego ao passado não é um ato de resistência, mas de desinformação.


O que fazer a partir de agora?


·       Conheça as duas classificações: a antiga (por graus) ainda está presente em muitos contextos. Mas entenda a nova (por profundidade) para se posicionar como profissional atualizado.


·       Compartilhe com sua equipe: talvez você seja a pessoa que vai trazer essa atualização para os colegas.


·       Não confunda familiaridade com verdade: só porque você aprendeu de um jeito, não significa que seja o mais atual ou mais eficaz.


·       Mantenha-se atualizado: acompanhar instituições de referência, cursos de atualização e portais de educação continuada é essencial.

 

“Quem reclama de não ser valorizado, mas rejeita ciência e atualização, está indo contra o crescimento da própria profissão.”

 

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