Hoje, vamos falar sobre o protocolo de Acidente Vascular Encefálico (AVE), que consiste em um quadro neurológico ocasionado por distúrbios hemodinâmicos e por coagulação.
Existem dois tipos de AVE: o isquêmico, que ocorre quando há uma obstrução vascular levando a uma isquemia da região encefálica; e o hemorrágico, que ocorre quando há rompimento de vasos sanguíneos dentro da região encefálica causando hemorragia.
Para o reconhecimento e avaliação neurológica do AVE, utilizam-se escalas que aumentam a probabilidade do diagnóstico assertivo. Dentre elas estão: a escala de Cincinnati, a escala de LAPSS, e a escala NIHSS.
Escala de Cincinnati
A escala de Cincinnati é frequentemente utilizada no pré-hospitalar devido à sua simplicidade. Avalia três itens principais:
Paralisia facial - pede-se ao paciente para sorrir ou mostrar os dentes.
Força nos braços - pede-se ao paciente para levantar ambos os braços.
Fala - pede-se ao paciente para repetir uma frase simples.
Escala LAPSS
A escala de LAPSS (Los Angeles Prehospital Stroke Screen) é mais detalhada e também pode ser usada no pré-hospitalar, mas é preferível no contexto intra-hospitalar devido à sua maior especificidade e sensibilidade.
Escala NIHSS
A escala NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) é utilizada para confirmar um AVE e avaliar a severidade do quadro. Inclui a avaliação de:
Mobilidade dos membros
Fala e linguagem
Campos visuais
Nível de consciência
Um ponto crucial é a glicemia, pois valores alterados (abaixo de 60 ou acima de 400 mg/dL) podem simular sintomas de AVE.
Diagnóstico Diferencial
Para distinguir entre AVE isquêmico e hemorrágico, utiliza-se a tomografia computadorizada de crânio sem contraste como exame padrão-ouro. Se houver dúvidas, pode-se recorrer à ressonância magnética, especialmente para áreas como cerebelo e tronco encefálico.
Tratamento
AVE Isquêmico: Pode-se considerar a trombólise endovenosa com medicamentos como alteplase, desde que o paciente esteja dentro da janela terapêutica adequada.
AVE Hemorrágico: Requer intervenção cirúrgica para evacuação do hematoma. É crucial estabilizar a pressão arterial, mantendo-a acima de 180/110 mmHg para assegurar a perfusão cerebral adequada.
Considerações sobre Pressão Intracraniana
Manter a pressão arterial adequada é essencial para evitar a hipertensão intracraniana, que pode comprometer o fluxo sanguíneo cerebral. O uso de manitol pode ser considerado em casos de traumatismo cranioencefálico para reduzir a pressão intracraniana, mas a abordagem definitiva envolve frequentemente a intervenção cirúrgica.
Conclusão
O manejo adequado dos pacientes com AVE envolve uma combinação de avaliações escalonadas e intervenções rápidas para minimizar danos cerebrais e melhorar os desfechos. O treinamento contínuo e a familiaridade com os protocolos são fundamentais para a eficácia do atendimento.
Espero que este resumo tenha sido útil para compreender melhor o protocolo de AVE na perspectiva medicamentosa e diagnóstica. Vamos continuar estudando e aprimorando nossos conhecimentos para prestar o melhor atendimento possível.
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