top of page

“Não Reanimar” Tatuado no Corpo: Vale ou Não Vale? Entenda o que Dizem a Bioética e a Legislação Brasileira

Imagine a seguinte cena: você está de plantão em um hospital ou no SAMU e recebe um paciente inconsciente. Durante o atendimento, nota que ele possui uma tatuagem com os dizeres: “Não Reanimar” ou “Doador de Órgãos”. E agora? Você deve respeitar o que está escrito na pele ou seguir com as manobras de reanimação?


Esse dilema não é apenas teórico. Situações como essa já aconteceram e levantam discussões importantes envolvendo bioética, direitos individuais e deveres do profissional de saúde. Se você trabalha na área da saúde ou simplesmente quer entender melhor esse tema, continue lendo.


O Que a Legislação Brasileira Diz?


No Brasil, o bem mais precioso protegido pelo Estado é a vida. Isso significa que, diante de uma situação de emergência, a prioridade do profissional de saúde deve ser preservar a vida do paciente — independentemente de tatuagens ou declarações informais.


É importante lembrar que, quando a pessoa está inconsciente ou em rebaixamento do nível de consciência, ela não tem autonomia sobre si mesma naquele momento. Quem assume a responsabilidade por ela, na ausência de familiares ou representantes legais, é o próprio Estado, por meio dos profissionais de saúde e da equipe de atendimento.


Portanto, uma tatuagem com a frase “Não Reanimar” não tem valor jurídico formal no Brasil. O único documento com validade legal para expressar esse tipo de decisão seria uma Diretiva Antecipada de Vontade, registrada em cartório, também conhecida como Testamento Vital. Mesmo assim, há nuances que devem ser consideradas.


Tatuagem Conta Como Consentimento?


Embora a tatuagem seja permanente, ela não substitui documentos legais ou protocolos clínicos. Ela pode até servir como indício da vontade do paciente, mas não possui força legal para que o profissional de saúde deixe de agir.


Na prática, ao deparar-se com uma situação dessas, a equipe deve:

✔️ Priorizar o salvamento da vida;

✔️ Realizar as manobras de reanimação conforme os protocolos;

✔️ Comunicar a situação à equipe médica e registrar adequadamente o atendimento;

✔️ Após estabilização, buscar informações formais ou familiares que possam confirmar os desejos do paciente.


E se a Família Pedir para Não Reanimar?


Outro ponto delicado: mesmo que familiares presentes peçam para que o paciente não seja reanimado, o profissional de saúde não está autorizado a atender esse pedido, exceto em casos onde há:

✅ Documento formal de Diretivas Antecipadas de Vontade;

✅ Diagnóstico de doença terminal em fase avançada, sem perspectiva terapêutica, devidamente documentado pela equipe médica;

✅ Discussão prévia com equipe multiprofissional e familiares em situações de cuidados paliativos.


Ou seja, mesmo os familiares não podem tomar decisões sobre a vida ou morte do paciente de forma isolada, principalmente em um contexto agudo, como uma parada cardiorrespiratória.


Quando NÃO Reanimar é uma Conduta Ética


Existem, sim, situações em que a não reanimação é recomendada e respaldada por princípios éticos e humanitários. Isso ocorre, por exemplo, em:

✔️ Pacientes com doenças terminais irreversíveis e sem perspectiva de recuperação;

✔️ Casos em cuidados paliativos, onde a reanimação traria mais sofrimento do que benefício;

✔️ Situações em que a reanimação resultaria em sofrimento prolongado, sem chances de qualidade de vida.


Nesses casos, respeita-se o princípio da dignidade humana e do cuidado compassivo, visando aliviar o sofrimento ao invés de prolongar artificialmente a vida sem qualidade.


Conclusão: A Vida é Prioridade, Mas o Contexto Importa


O profissional de saúde precisa ter bom senso, conhecimento técnico e embasamento ético para agir corretamente. Resumindo:

✔️ Em situação de emergência, reanime o paciente, independentemente de tatuagem ou pedido informal;

✔️ Considere documentos legais e protocolos específicos em casos de doenças terminais;

✔️ Valorize o diálogo com a família, mas sempre respeitando os princípios legais e éticos;

✔️ Busque formação em bioética — esses dilemas são comuns e exigem preparo técnico e emocional.


Participe da Discussão!


Já vivenciou uma situação parecida? Tem dúvidas sobre bioética ou protocolos em emergências? Compartilhe sua experiência nos comentários e vamos enriquecer esse debate tão importante para quem salva vidas!

 

Gostou dessa informação? Então compartilhe esse conteúdo com colegas e familiares. Informação confiável salva vidas!


Siga a gente no IG @praticaenfermagem para saber mais.


Conheça nossos cursos: https://www.praticaenfermagem.com/


Conheça nossa pós-graduação: https://praticaensino.com.br/

Comentários


Quem somos

Instagram

Telegram

Logo_Prática_Enfermagem_-_negativo_-_no

Promovemos o crescimento intelectual e profissional de estudantes, enfermeiros e técnicos de enfermagem com conteúdos de alta qualidade sobre as diversas áreas do conhecimento necessárias para os profissionais de enfermagem.

Confira as últimas publicações no nosso perfil do Instagram.

Link Telegram-02.png

Participe do nosso canal do Telegram clicando aqui.

Newsletter

Cadastre-se para receber as novidades

  • Youtube
  • Instagram
  • Telegram
  • LinkedIn
  • TikTok
  • Facebook

Prática Enfermagem | CNPJ: 37.101.517/0001-87 | Todos os direitos reservados 2025

QS 1 Rua 212, Lote 19, Bloco D - Águas Claras, Brasília - DF, 71950-550 | ensino@praticaenfermagem.com61 9 9540 4040

bottom of page