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Manejo de Medicamentos Sedativos em UTI: Papel Fundamental do Enfermeiro Intensivista

O manejo correto de medicamentos sedativos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma das responsabilidades mais importantes do enfermeiro intensivista. A sedoanalgesia, quando realizada de forma adequada, garante maior conforto ao paciente, facilita a realização de procedimentos invasivos e contribui para a estabilidade clínica, sendo um elemento crucial na assistência ao paciente crítico.


Objetivos da Sedoanalgesia na UTI

A sedoanalgesia visa não apenas promover conforto ao paciente, mas também:

  • Facilitar a ventilação mecânica;

  • Minimizar a resposta ao estresse;

  • Reduzir o risco de autolesões;

  • Otimizar a cicatrização e a recuperação.

Para atingir esses objetivos, é essencial que a equipe de enfermagem entenda as especificidades de cada sedativo, suas indicações, dosagens e possíveis efeitos adversos.


Principais Medicamentos Sedativos Utilizados em UTI

  1. Midazolam

    • Classe: Benzodiazepínico.

    • Indicação: Sedativo de curta e longa duração, amplamente utilizado em UTI.

    • Cuidados: Monitorar sinais de depressão respiratória, hipotensão e acúmulo em pacientes com disfunção hepática.

  2. Propofol

    • Classe: Hipnótico.

    • Indicação: Sedativo de curta duração, ideal para procedimentos e sedoanalgesia em ventilação mecânica.

    • Cuidados: Atenção ao risco de hipotensão, monitorar continuamente a pressão arterial e a frequência respiratória.

  3. Dexmedetomidina

    • Classe: Agonista alfa-2 adrenérgico.

    • Indicação: Sedativo leve a moderado, com menor risco de depressão respiratória.

    • Cuidados: Monitorar bradicardia e hipotensão. Excelente escolha para pacientes que requerem despertar rápido e comunicação durante a sedoanalgesia.

  4. Fentanil

    • Classe: Opioide.

    • Indicação: Analgesia potente, frequentemente associada a sedativos.

    • Cuidados: Monitorar depressão respiratória e constipação, ajustar doses conforme a função renal e hepática.


Escalas de Avaliação do Nível de Sedoanalgesia

Para um manejo eficaz, o uso de escalas validadas é fundamental. As mais utilizadas incluem:

  • Ramsay Sedation Scale (RSS): Avalia o nível de sedação, variando de 1 (paciente ansioso) a 6 (paciente em sedoanalgesia profunda).

  • Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS): Escala que varia de +4 (agitação extrema) a -5 (sedoanalgesia profunda).

  • Behavioral Pain Scale (BPS): Avalia a dor em pacientes sedados, ajudando a diferenciar se o paciente necessita de mais sedativo ou analgésico.


Boas Práticas no Manejo de Sedativos

  1. Avaliação Contínua A sedoanalgesia deve ser constantemente avaliada para evitar tanto a sedoanalgesia insuficiente quanto o excesso, que pode prolongar o tempo de ventilação mecânica e de internação.

  2. Interrupção Diária da Sedoanalgesia (IDS) Sempre que possível, deve-se interromper a administração de sedativos uma vez ao dia para avaliar o nível de consciência do paciente e possibilitar a realização de exames neurológicos.

  3. Protocolos Institucionais Seguir protocolos baseados em evidências auxilia na padronização da assistência e na redução de eventos adversos.


Desmame da Sedoanalgesia

O desmame da sedoanalgesia é um momento crítico no manejo do paciente. Ele deve ser realizado de forma gradual e monitorada, levando em consideração:

  • O estado clínico do paciente;

  • A função respiratória;

  • A presença de dor ou agitação.


Conclusão

O manejo de medicamentos sedativos na UTI é uma prática complexa que exige conhecimento técnico, avaliação contínua e adesão a protocolos baseados em evidências. O enfermeiro intensivista desempenha um papel essencial nesse processo, garantindo que a sedoanalgesia seja administrada de forma segura e eficaz, promovendo o conforto do paciente e contribuindo para a sua recuperação.


Por isso, capacitações e atualizações constantes são indispensáveis para o aprimoramento das práticas assistenciais. Afinal, oferecer uma assistência de qualidade é um dos pilares da enfermagem em terapia intensiva.


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