Glicose Hipertônica: O Que Você Precisa Saber Antes de Administrar
- praticenfgp
- há 6 dias
- 3 min de leitura
Se você atua ou pretende atuar em hospitais, especialmente em setores de emergência, precisa entender o papel — e os riscos — da glicose hipertônica. Apesar de ser uma solução comumente usada em situações críticas, ela não é inofensiva. Sua administração exige conhecimento técnico, avaliação clínica e muita cautela.
Neste artigo, você vai entender:
Quando a glicose hipertônica é indicada;
Quais os riscos da administração;
Boas práticas para evitar complicações;
O que muda quando o paciente é diabético;
Dicas práticas para emergências, inclusive no APH.
O que é a glicose hipertônica?
A glicose hipertônica, normalmente apresentada na concentração de 50% (G50), é uma solução altamente concentrada de glicose usada para elevar rapidamente os níveis de açúcar no sangue — a glicemia. Sua principal aplicação ocorre em casos de hipoglicemia severa, quando o paciente apresenta sinais neurológicos como desorientação, confusão ou perda da consciência.
Quando ela é indicada?
A glicose hipertônica é utilizada em casos como:
Hipoglicemia grave (glicemia < 60 mg/dL, principalmente < 40 mg/dL);
Alterações neurológicas secundárias à hipoglicemia;
Quadros de etilismo agudo, onde o álcool altera o metabolismo da glicose;
Situações de emergência pré-hospitalar ou intra-hospitalar com necessidade de reversão rápida de hipoglicemia.
Quais são os riscos?
Apesar de ser extremamente útil, a glicose hipertônica pode causar complicações importantes:
❗ Flebite
A concentração elevada pode lesionar o endotélio venoso, causando inflamação e dor. Isso ocorre principalmente quando administrada em veias finas ou frágeis.
→ Dica: prefira veias calibrosas e bem visualizadas. Se possível, evite regiões como o dorso da mão, onde o calibre costuma ser menor.
❗ Extravasamento
Se a solução escapar para o tecido subcutâneo, pode provocar necrose tecidual e complicações graves. Por isso, a escolha do local de punção é fundamental.
Cuidados durante a administração
Escolha da veia: Prefira veias calibrosas (antecubital, basílica, cefálica). Evite locais frágeis.
Velocidade de infusão: Realize a administração lenta e monitorada.
Monitoramento contínuo da glicemia capilar: Após administração, reavalie a glicemia capilar após 5 a 10 minutos.
O que fazer se o paciente não for diabético?
Caso o paciente não tenha diagnóstico de diabetes, o risco de hiperglicemia persistente é menor. Mesmo assim, monitore a glicemia capilar após a reversão dos sintomas. Se a glicemia estiver entre 70–100 mg/dL, a infusão pode ser suspensa e o plano reavaliado com o médico.
E se o paciente for diabético?
Aqui o cuidado é redobrado. Se o paciente for insulinodependente, o efeito da insulina pode continuar mesmo após a reversão da hipoglicemia.
→ Atenção: nesse caso, o ideal é manter a glicemia um pouco acima de 100 mg/dL, para evitar uma nova queda após o fim da infusão. Continue monitorando periodicamente, conforme protocolo da instituição.
Situação de APH: como agir?
Atuar em ambientes pré-hospitalares (APH) impõe ainda mais desafios:
Dificuldade de acesso venoso;
Pouca iluminação;
Limitação de pessoal.
Se o acesso venoso for impossível, existem alternativas emergenciais, como o uso sublingual de algumas substâncias (uso off label).
Conclusão
A glicose hipertônica é uma ferramenta valiosa, mas seu uso exige técnica, julgamento clínico e preparo. Em situações críticas, a rapidez salva — mas o conhecimento protege o paciente e a equipe.
Fique ligado, compartilhe este conteúdo com sua equipe e continue evoluindo.A enfermagem merece mais preparo — e o paciente, mais segurança.
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Por Prof. Éder Marques
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