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DVE: O que a equipe de enfermagem precisa saber sobre esse dispositivo neurológico

A assistência ao paciente neurológico impõe grandes desafios à equipe de enfermagem, especialmente quando o cuidado envolve dispositivos críticos como a DVE — Derivação Ventricular Externa. Frequentemente utilizada em pacientes com AVC hemorrágico, hidrocefalia ou outras condições que cursam com hipertensão intracraniana, a DVE exige atenção redobrada e conhecimento técnico para garantir segurança ao paciente.


O que é a DVE e por que ela é utilizada?


A DVE é um sistema de drenagem temporário que tem como objetivo desviar o excesso de líquor cefalorraquidiano (LCR) presente no interior do crânio. Quando o cérebro do paciente não consegue absorver, produzir ou drenar adequadamente esse líquido, pode haver um aumento da pressão intracraniana. A inserção de um cateter nos ventrículos cerebrais permite aliviar essa pressão e prevenir danos neurológicos graves.


10 cuidados essenciais com a DVE na prática assistencial


1. Manipulação asséptica:A manipulação da DVE deve seguir rigorosos protocolos de assepsia. Evite que o sistema fique entrelaçado com fios de eletrodos, acessos venosos ou outros dispositivos. Tracionamentos acidentais ou contaminações podem ter consequências severas.


2. Curativo bem feito e protegido:A região do ósteo (saída do cateter do crânio) deve estar sempre protegida por um curativo limpo, seco e bem fixado. Utilize gaze estéril, antissépticos adequados (como clorexidina alcoólica) e evite deixar o cateter exposto.


3. Atenção a vazamentos:Se observar líquido escapando pelo curativo ou por conexões do sistema (válvulas, tampas, torneiras), acione o neurocirurgião imediatamente. A DVE é um sistema fechado e qualquer fístula representa risco de infecção e falha terapêutica.


4. Monitoramento do débito de líquor:O débito médio esperado é de aproximadamente 20 ml/hora. Débitos muito altos ou a interrupção súbita da drenagem devem ser investigados. Anote os volumes de forma precisa e periódica.


5. Posicionamento do coletor:A altura do copo coletor (em relação ao tragus do paciente) é prescrita pelo neurocirurgião. O posicionamento incorreto pode causar drenagem excessiva ou ausência de drenagem, ambos com risco à vida.


6. Nivelamento correto do sistema:Use régua com nível, laser ou até uma ampola com bolha de ar para alinhar o sistema ao ponto zero (meato acústico externo). Sempre refaça o nivelamento após qualquer movimentação ou procedimento no paciente.


7. Reconhecimento de sinais de hipertensão intracraniana:Letargia, sonolência, alteração pupilar, déficits motores ou de fala são sinais de alarme. A tríade de Cushing (bradicardia, hipertensão e padrão respiratório alterado) também pode estar presente. Informe imediatamente o neurocirurgião.


8. Fechamento do sistema durante procedimentos:Antes de realizar qualquer manobra com o paciente (banho, troca de decúbito, aspiração, transporte), feche o sistema para evitar drenagem inadequada. Reabra e nivele novamente após o procedimento.


9. Esvaziamento do copo e da bolsa coletora:Esvazie o copo quando atingir 2/3 de sua capacidade, evitando refluxo ou contaminação do sistema. A bolsa coletora deve ser esvaziada a cada 24 horas, preferencialmente no início do plantão.


10. Conhecimento do modelo de DVE da instituição:Cada modelo pode ter especificidades. Conheça o sistema utilizado na sua unidade, onde ficam os pontos de ajuste, válvulas e filtros, e quais as recomendações do fabricante e da equipe neurocirúrgica.


Conclusão

A DVE é um dispositivo delicado, mas com os cuidados corretos pode ser manejada com segurança pela equipe de enfermagem. O domínio técnico, aliado à vigilância contínua, é essencial para prevenir complicações e garantir uma assistência de excelência ao paciente neurológico.


Se você quer se aprofundar ainda mais no tema ou conhecer o passo a passo do curativo e das manobras com o sistema, deixe um comentário e continue acompanhando os conteúdos do Prática Enfermagem.

 


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