
O checklist da cirurgia segura é um documento formal que tem como objetivo promover a segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico.
De modo que, seja possível implementar um padrão rigoroso de cuidado com o paciente que será operado pela equipe. Justamente para que a cirurgia seja segura para o paciente e para a equipe, visando evitar que falhas humanas sejam cometidas ao longo do processo.
O protocolo proposto pelo checklist de cirurgia segura ainda é relativamente recente e não é adotado em todos os hospitais do Brasil. No entanto, é interessante adotá-lo. Por isso, trouxemos mais informações sobre o protocolo.
Entenda mais sobre a origem do checklist da cirurgia segura
O checklist é uma prática baseada em evidências científicas, que foi desenvolvido em 2009 quando a OMS desenvolveu um protocolo de trabalho em 8 hospitais.
Publicado no The New England Journal of Medicine, uma das revistas de maior credibilidade no segmento, o estudo revela que seguindo o protocolo proposto pelo checklist, é possível reduzir comprometimentos de pacientes em intervenções cirúrgicas. Por isso, é um método que passou a ser adotado em diversos hospitais do mundo.
Dividido em 3 etapas, a equipe adota o protocolo proposto, para que seja possível garantir maior assertividade na condução da cirurgia.
A primeira etapa é a entrada do paciente, antes da indução anestésica. A segunda etapa é o timeout, antes do início da cirurgia e a terceira é o checkout, antes que o paciente saia da sala de cirurgia. Nós trouxemos uma visão geral de como funciona cada etapa, entenda:
1. Entrada
Antes da anestesia é realizada a confirmação de dados com o paciente. Todos os dados já foram checados anteriormente durante a avaliação do anestesiologista. Porém, é necessário fazer o reforço das informações, para que sejam colocadas em painel durante a cirurgia somente dados corretos e confirmados.
Se o paciente possui uma alergia, se já usa algum medicamento e uma série de outros fatores precisam ser confirmados para a segurança do paciente.
2. Timeout
A segunda etapa é quando o enfermeiro responsável realiza a conferência com toda a equipe, visando que todos os detalhes sejam confirmados, o checklist é extenso, com 12 pontos, são eles:
Qual o nome do paciente;
Conferência por nome e função de todos os membros da equipe;
Qual procedimento será executado;
Se existe um lado demarcado;
Tempo previsto de cirurgia;
Se terá algum momento crítico;
Confirmação sobre os materiais e equipamentos, verificando se estão disponíveis na sala;
Se foi realizado o uso de algum antibiótico, em caso positivo, qual foi utilizado e em qual horário;
Se existe necessidade de reservar hemocomponentes;
Se haverá uso de peça anatômica;
Conferir se os materiais foram checados e estão em perfeito estado de funcionamento;
Se foi colocado o termômetro no paciente.
Toda a conferência é feita pelo enfermeiro responsável e deve ser realizada em todo processo cirúrgico.
3. Checkout
Antes de sair da sala de cirurgia, é preciso confirmar o procedimento que foi realizado, a contagem de compressas, gazes e agulhas, além de achados cirúrgicos.
A checagem evita, por exemplo, que objetos sejam esquecidos no local da cirurgia e o paciente seja suturado com objetos no interior de seu corpo. Afinal, esse tipo de erro é muito grave, pode comprometer a saúde do paciente, mas infelizmente existem relatos da ocorrência.
Portanto, nunca é demais ter protocolos de segurança que visam conferir a eficiência do procedimento cirúrgico antes de liberar o paciente da sala de cirurgia para a sala de recuperação.
Importância da segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico
O principal objetivo ao implementarmos o checklist é garantir a segurança do paciente durante o processo cirúrgico.
De modo que, seja possível evitar que a equipe cometa equívocos que possam ocasionar danos para aquele paciente que está sendo operado.
Afinal, uma cirurgia tem riscos que podem ser mitigados quando a equipe atua utilizando protocolos de segurança, sempre visando prioritariamente minimizar o risco de erros fatais.
O ambiente cirúrgico é de alta complexidade e infelizmente, qualquer equívoco pode ocasionar danos irreversíveis.
Por isso, a estruturação de protocolos consegue aumentar a qualidade de assistência ao paciente, aumentando a eficiência da equipe multidisciplinar que atua no ambiente.
Além disso, o checklist é capaz de auxiliar a equipe a evitar eventos adversos, por ser um processo dividido em 3 tempos e que tem como objetivo promover uma checagem de todos os detalhes pertinentes.
Integração do checklist nas rotinas cirúrgicas
Antes de mais nada, é importante perceber que o checklist deve ser adotado como uma medida integrativa. Caso seja uma medida estressante no ambiente cirúrgico, ocasionando desgaste entre os membros da equipe multidisciplinar, não será saudável realizar seu uso.
Todos os membros da equipe devem ser devidamente capacitados para a utilização do método, visando que o checklist seja devidamente executado em todo o processo.
É necessário que o método faça parte da cultura organizacional do hospital, tendo como foco a melhor experiência do paciente.
Afinal, todos os profissionais no centro cirúrgico possuem como objetivo prestar um atendimento de qualidade, organizado e ágil. E para isso, é fundamental que todos estejam envolvidos no processo, visando prestar um atendimento de excelência para o paciente.
A gestão do hospital deve ter como meta universalizar a adoção do procedimento, tendo como orientação geral que todos os profissionais possam manter o protocolo no cotidiano de atendimento.
Uma vez que, os enfermeiros não conseguem fazer o checklist no centro cirúrgico se o anestesista ou médico obstruírem o processo, por exemplo.
Benefícios do checklist de cirurgia segura
Existem inúmeros benefícios de adotar o checklist de cirurgia segura, como por exemplo:
Redução de erros e complicações durante a cirurgia;
Melhoria na comunicação entre a equipe cirúrgica;
Prevenção de eventos adversos.
Portanto, é de interesse da equipe a adoção do método, tanto quanto, do hospital. Uma vez que, é importante oferecer ao paciente um atendimento de alta qualidade para que o procedimento seja seguro, eficiente e possa proporcionar benefícios para a saúde de quem passou pela intervenção cirúrgica.
Atualmente o protocolo é utilizado no Hospital das Clínicas do Triângulo Mineiro com sucesso, garantindo cirurgias seguras para os pacientes. Além de muitos outros hospitais que aderiram ao método, com o objetivo de garantir procedimentos cirúrgicos de mais alta qualidade.
Desafios e superação na utilização do checklist
Por ser algo relativamente recente, ainda existem vários desafios em relação à implementação do método no cotidiano hospitalar.
Portanto, é importantíssimo que a equipe de gestão do hospital tenha uma estratégia para garantir a adesão e a execução correta do checklist.
Visando evitar que a resistência à mudança seja um fator que impeça a equipe de aderir ao método. Afinal, o método visa melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.
Além disso, é importante investir em melhorias contínuas e atualizações do checklist de cirurgia segura. Justamente para que se tenha o mais alto rigor de qualidade nos procedimentos.
O principal viés adotado pelo hospital deve sempre ser a conscientização da equipe sobre a importância de prestar o melhor atendimento possível.
A equipe também precisa estar livre para fazer revisões e modificações no checklist, que jamais deve ser engessado.
De modo que, possa ser continuamente melhorado para que a equipe tenha um atendimento de qualidade, prático e eficiente.
Afinal, a saúde está em contínuo avanço com o objetivo de melhorar a segurança dos procedimentos, impactar positivamente os pacientes em cada atendimento e possibilitar ótimos resultados para todos os envolvidos nos procedimentos.
Pensando nisso, é fundamental que a equipe se adeque de acordo com as orientações e treinamento fornecidos pelo hospital.
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