Bombas de Infusão: Qual a Diferença Entre as de Medicamento e as de Dieta?
- praticenfgp
- 13 de out.
- 3 min de leitura
As bombas de infusão são equipamentos essenciais no cuidado hospitalar e domiciliar, utilizadas para garantir segurança, precisão e controle na administração de medicamentos ou nutrientes. No entanto, é comum confundir os tipos de bomba existentes — especialmente quando falamos de bombas de medicamento intravenoso e bombas de infusão enteral de dieta.
Apesar de parecerem semelhantes à primeira vista, elas possuem finalidades, estruturas, calibrações e riscos completamente diferentes. Vamos entender essas diferenças e por que não se deve utilizar uma no lugar da outra.
1. Bombas de Infusão de Medicamentos
Finalidade
São utilizadas para administrar soluções intravenosas, como soro, antibióticos, sedativos, vasopressores, anestésicos, analgésicos, entre outros.
Características Técnicas
· Infusão geralmente por via endovenosa (EV).
· Precisão milimétrica na vazão (ml/h ou gota/min).
· Controlam volume total, velocidade e, em alguns casos, bolus.
· Podem ser volumétricas ou de seringa (syringe pump).
· Permitem alarmes por oclusão, ar na linha, fim de volume, entre outros.
Riscos se usadas de forma incorreta
· Superdosagem ou subdosagem.
· Embolia aérea.
· Infusão de volumes perigosos com drogas de alta potência (ex: noradrenalina).
· Risco de vida se houver falha na programação ou uso incorreto do equipo.
2. Bombas de Infusão Enteral (de Dieta)
Finalidade
São utilizadas para administrar nutrição enteral líquida, diretamente no trato gastrointestinal — por sonda nasogástrica, nasoenteral, gastrostomia ou jejunostomia.
Características Técnicas
· Infusão por via enteral, nunca intravenosa.
· Controle de infusão em ml/h, com menor precisão que as EV.
· Adaptadas para líquidos mais viscosos, como fórmulas nutricionais.
· Utilizam equipos específicos de nutrição enteral, com conector roxo (padrão ENFit®).
· Não possuem sistema de controle para medicamentos de alto risco.
Riscos se utilizadas indevidamente
· Se usadas para infundir medicamentos intravenosos, podem causar morte.
· Possuem menor precisão e menor capacidade de alarmes de segurança.
· Alguns modelos não detectam ar na linha, o que é crítico em administração venosa.
· Conectores enterais incompatíveis com vias EV (justamente para evitar erros).
Diferença Técnica e de Segurança
Erros comuns e como evitá-los
Infelizmente, ainda há relatos de erros de conexão entre vias enterais e venosas, o que pode levar à infusão de dieta diretamente na corrente sanguínea, com risco de sepse, embolia gordurosa, óbito imediato.
Esses erros geralmente ocorrem por:
· Falta de capacitação da equipe.
· Improvisos em ambiente de urgência.
· Equipamentos inadequados ou fora de especificação.
· Não utilização de conectores seguros (ENFit®).
A melhor forma de prevenir é investir em:
· Capacitação contínua da equipe de enfermagem.
· Equipamentos padronizados e exclusivos por via.
· Protocolos e rotinas de segurança bem estabelecidos.
Conclusão
As bombas de infusão são ferramentas poderosas — mas só quando utilizadas de forma correta e segura. Usar uma bomba de dieta para infusão de medicamentos (ou vice-versa) não é uma adaptação, é um erro grave e evitável.
A segurança do paciente começa com o conhecimento técnico. Saber identificar e respeitar as diferenças entre esses dispositivos é um passo essencial para a assistência de excelência.
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