top of page

Posição Prona na UTI: Importância, Indicações e Como Utilizá-la na Prática

A posição prona é uma técnica amplamente utilizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para melhorar a oxigenação de pacientes com insuficiência respiratória aguda, especialmente na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). O posicionamento adequado pode fazer toda a diferença na evolução do paciente crítico, sendo uma estratégia importante para reduzir a hipoxemia e melhorar a troca gasosa.


1. O Que é a Posição Prona?


A posição prona consiste em colocar o paciente em decúbito ventral, com o abdômen e o tórax voltados para baixo. Essa técnica promove uma melhor distribuição da ventilação pulmonar, aumentando a oxigenação e reduzindo o risco de lesões induzidas pela ventilador.


Durante a pronação, as partes posteriores dos pulmões, que normalmente sofrem com colapsos alveolares na posição supina, recebem uma ventilação mais uniforme, favorecendo a troca gasosa.


2. Importância da Posição Prona na UTI


a) Melhora da Oxigenação

A pronação melhora a relação ventilação/perfusão, aumentando a oxigenação arterial em pacientes com hipoxemia refratária.


b) Redução do Colapso Alveolar

Posicionar o paciente em decúbito ventral ajuda a prevenir o colapso dos alvéolos dorsais, facilitando a expansão pulmonar.


c) Diminuição do Risco de Lesão Pulmonar

A distribuição uniforme da pressão durante a ventilação mecânica diminui o risco de lesão pulmonar induzida pelo ventilador (VILI).


d) Redução da Mortalidade

Estudos mostram que a utilização precoce da posição prona em pacientes com SDRA moderada a grave está associada à redução da mortalidade.


3. Indicações para o Uso da Posição Prona


·       Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) moderada a grave (PaO2/FiO2 < 150 mmHg).

·       Hipoxemia refratária mesmo após otimização da ventilação mecânica.

·       Pacientes com COVID-19 e insuficiência respiratória grave.

·       Atelectasia pulmonar persistente apesar de outras manobras.

·       Prevenção de lesões pulmonares em ventilação prolongada.


4. Contraindicações e Cuidados na Pronação


Contraindicações Absolutas:


·       Instabilidade hemodinâmica grave.

·       Lesões na coluna cervical ou torácica sem estabilização.

·       Traumatismo cranioencefálico grave.

·       Cirurgias abdominais recentes ou feridas abertas no abdômen.


Contraindicações Relativas (avaliar risco-benefício):


·       Obesidade mórbida.

·       Gravidez em estágio avançado.

·       Pacientes com risco de aspiração.


5. Como Utilizar a Posição Prona na Prática


a) Preparação do Paciente e da Equipe


1.     Verificar indicação e contraindicações.

2.     Reunir uma equipe multiprofissional (enfermagem, fisioterapia, médicos).

3.     Monitorar sinais vitais antes, durante e após o procedimento.

4.     Desconectar linhas desnecessárias e garantir a fixação segura de tubos e cateteres.


b) Procedimento de Pronação


1.     Posicionamento dos Braços e Cabeça: Alternar posição dos braços ("nadador") e virar a cabeça lateralmente para prevenir lesões por pressão.

2.     Proteção das áreas de pressão: Utilizar almofadas e suportes em regiões vulneráveis (face, joelhos, pelve).

3.     Tempo de Permanência: Manter o paciente na posição por 12 a 16 horas por dia, dependendo da tolerância e resposta.

4.     Reverter para a Posição Supina: Realizar o retorno com a mesma atenção, monitorando sinais de desconforto ou complicações.


6. Complicações Possíveis e Como Preveni-las


a) Lesões por Pressão

·       Prevenção: Proteção adequada da pele, troca de posição da cabeça e dos membros.


b) Deslocamento de Tubos e Cateteres

·       Prevenção: Fixar bem o tubo orotraqueal e monitorar os acessos durante a manobra.


c) Instabilidade Hemodinâmica

·       Prevenção: Monitorização contínua dos sinais vitais, ajuste de medicamentos vasoativos conforme necessidade.


d) Complicações Oftálmicas (ex.: úlcera de córnea)

·       Prevenção: Proteção dos olhos com curativos ou lubrificantes oculares.


7. Conclusão


A posição prona é uma intervenção simples, mas altamente eficaz no manejo da insuficiência respiratória aguda. Quando realizada de forma correta, pode melhorar significativamente a oxigenação e reduzir a mortalidade em pacientes com SDRA. O papel da enfermagem é fundamental nesse processo, desde a preparação e execução da manobra até o monitoramento rigoroso para prevenir complicações.


Incorporar essa técnica de forma segura e eficaz na prática clínica é essencial para oferecer um cuidado de qualidade ao paciente crítico.


Gostou do artigo? Compartilhe com sua equipe e ajude a disseminar conhecimento sobre a assistência ao paciente na UTI! 💉👩‍⚕️👨‍⚕️

 

Siga a gente no IG @praticaenfermagem para saber mais.


Conheça nossos cursos: https://www.praticaenfermagem.com/


Conheça nossa pós-graduação: https://praticaensino.com.br/

Comments


Quem somos

Instagram

Telegram

Logo_Prática_Enfermagem_-_negativo_-_no

Promovemos o crescimento intelectual e profissional de estudantes, enfermeiros e técnicos de enfermagem com conteúdos de alta qualidade sobre as diversas áreas do conhecimento necessárias para os profissionais de enfermagem.

Confira as últimas publicações no nosso perfil do Instagram.

Link Telegram-02.png

Participe do nosso canal do Telegram clicando aqui.

Newsletter

Cadastre-se para receber as novidades

  • Youtube
  • Instagram
  • Telegram
  • LinkedIn
  • TikTok
  • Facebook

Prática Enfermagem | CNPJ: 37.101.517/0001-87 | Todos os direitos reservados 2025

QS 1 Rua 212, Lote 19, Bloco D - Águas Claras, Brasília - DF, 71950-550 | ensino@praticaenfermagem.com61 9 9540 4040

bottom of page